segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Scar Tissue

       Gira a chave na ignição do carro. Passando agora dos 80km/h no seu Mustang 1965 preto. Como de costume, escutando músicas no modo aleatório quando uma faixa termina e o se inicia os acordes inesquecíveis de uma das musicas de sua banda favorita, RHCP. O Momento se tornou nostálgico. Scar Tissue foi o seu primeiro toque de celular, seu primeiro riff aprendido. Momentos passados vieram a tona no exato momento que a musica começa a ser contada e o velocímetro a passa dos 120km/h. 
       Como era bom aquele tempo que suas únicas preocupações eram os famosos clássicos de futebol do qual fazia parte com seus amigos e que movimentava grande parte dos adolescentes da sua antiga cidade. Preocupações também com a hora de sair do bairro da sua então namorada as carreiras, sob uma saraivada pedras, em uma bicicleta com seu amigo pelo simples fato de estarem em um bairro um pouco isolado da cidade e o seu amigo ser um pouco odiado por lá. Havia também o medo dos familiares descobrirem que estava consumindo um pouco de álcool, mesmo sem gostar, bebia só pelo fato de estar com os amigos.

       Quando a música chegou ao seu primeiro e simples solo de guitarra, trouxe consigo momentos onde iam caminhando por 4km com amigos para chegar ao simples sítio do seu avô. Lá passavam horas e horas gargalhando sobre fatos que ocorriam e sobre sonhos que queriam realizar, sobre a metas que queriam alcançar e sobre como um de seus amigos sempre conseguia arrumar briga e envolver todos.

       Quando o player começou a sonorizar o último solo, simples mais ou pouco mais longo que os outros, o trouxe de volta a realidade. Estava sentado no seu carro, reduzindo a velocidade para fazer um pequena curva acentuada á direita. Trazia no seu porta-malas umas camisa vermelhas amarrotadas e gastas pelo tempo e o uso. Camisas essas que ajudou a escolher o rumo que estava tomando. Ao lado dessas camisas tem um óculos de natação azul que provavelmente não vá usar mais. No banco traseiro do carro trás um guitarra com cordas novas, que estava á três anos sem uso. Trás também alguns livros para ler nos seus momentos vagos e alguns livros de cálculos e operações unitárias para ajudar nessa nova fase da vida.

       Acelerando, o player troca de música, levando consigo essas memórias, e começa a tocar Nightfall do Blind Guardian, trazendo agora pensamentos sobre a terra-media e como seria se estivesse vivendo naquela época. Como seria estar "na pele" de um anão de Moria ou até mesmo de um mero humano ...

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